Não viverei para ver o Brasil se transformar em uma nação desenvolvida, moderna e amigável com os empreendedores. Para que sejamos relevantes na parte do planeta que realmente conta serão necessárias décadas e décadas de profundas mudanças em crenças e valores. As que temos hoje só servem para comprovar o tempo irrecuperável que perdemos. O resultado é tão visível quanto deprimente e pode ser observado debaixo das marquises, viadutos e onde quer que seja possível criar abrigo para a legião de miseráveis que expõem a que ponto o grau de insanidade ideológica de uma substancial parcela da sociedade pode nos levar.
Leio nos jornais o esforço
hercúleo que partidos de esquerda fazem para impedir que saiamos deste inferno recorrente.
A bem da verdade, contando com o apoio sub-reptício e dissimulado de elementos incrustrados
em outras partes do espectro político que compõe o nosso Parlamento.
Contra fatos não há
argumentos. Por isso os lesa-pátria convictos apelam para toda a sorte de estratégias
delirantes e mal-intencionadas que não conseguem ocultar suas reais intenções:
a defesa da perpetuação de privilégios odiosos para uma minoria.
Fato 1: Nossos servidores públicos
ganham, em média, 67% mais do que os empregados da iniciativa privada. Dentre 53
países avaliados esta é, disparada, a maior discrepância. A média mundial é de
apenas 16% a mais. A fonte é o Banco Mundial.
Fato 2: O regime de aposentadorias do setor público atende aos
10% mais ricos da população. Os que sobrevivem do INSS fazem parte dos 50% mais
pobres.
Fato 3: O valor médio das
aposentadorias do Poder Executivo é
de R$ 7.583,00. O valor médio das aposentadorias do Poder Judiciário é de R$ 26.302,00. E o do Poder Legislativo é de R$ 28.547,00. Enquanto isso, o valor médio
das aposentadorias do setor privado é de insignificantes R$ 1.240,00. O teto do
regime geral é de R$ 5.531,31.
Fato 4: Os servidores públicos
contribuem, em média, 25 anos para ter direito ao benefício integral. Os
trabalhadores comuns têm que contribuir por 35 anos.
Fato 5: Os servidores públicos têm
suas aposentadorias reajustadas anualmente incorporando todos os aumentos e
benefícios de quem está na ativa. Os trabalhadores comuns só recebem o reajuste
referente ao índice de inflação anual.
Fato 6: Os servidores públicos são
responsáveis por um déficit per capita nas contas da Previdência de R$ 77.000,00 por ano (é isso mesmo que você leu!). Os
trabalhadores comuns causam um déficit per capita anual de R$ 5.000,00.
Fato 7: As aposentadorias pagas aos
servidores públicos (que representam ínfimos 3% do contingente de pensionistas)
são responsáveis por 45% do déficit no sistema. Os 97% restantes (que somos
nós, os trabalhadores comuns) causamos 55% do déficit.
Fato 8: Entre 2001 e 2015, o Regime de Previdência dos Servidores Públicos gerou um rombo de R$ 1,292
trilhões. Neste mesmo período, o governo gastou R$ 1,253 trilhões com toda a
saúde pública do país! Pergunta aos defensores deste descalabro: quem é o vilão
que não permite ao governo investir mais em saúde?
Fato 9: Em 2016, o total dos gastos
com a Previdência equivaleu a 53,7% das despesas primárias do orçamento
nacional. Se não houver reforma, em 10 anos este número passará a 80%. Não
restará quase nada para pagar Educação, Saúde, Segurança Pública, Assistência
Social, Bolsa Família. Restará zero para investimentos em infraestrutura. Isso
mesmo: zero!
Fato 10: A reforma original geraria
uma poupança de R$ 800 bilhões. A reforma atualmente em tramitação vai gerar,
quando muito, R$ 480 bilhões. Isso só é suficiente para tapar o buraco durante
meros 5 anos. Depois disso há que se fazer uma nova reforma. Se não as contam
não fecham. De novo!
Pergunta que não quer calar
aos congressistas: a reforma da Previdência é “hostil” a quem, cara pálida? À 97%
da população é que não é. É um verdadeiro deboche à sociedade ouvir um deputado
(ou senador) dizer que não pode apoiar a reforma da Previdência porque isso lhe
trará um “elevado custo político”. A verdade é que eles não estão nem aí para
os cidadãos comuns que são os verdadeiros perdedores a se manter o atual status quo.
Caro leitor. A reforma da
Previdência é tão somente uma das reformas urgentes para nos libertarmos do
lado escuro da força (aqueles que riem enquanto o país afunda). Há inúmeras outras que devem ser enfrentadas
com coragem.
Para encerrar, só mais um pequeno exemplo do despautério defendido
pelos lesa-pátria costumeiros:
65% dos
estudantes das universidades públicas federais pertencem à faixa dos 40% mais
ricos da população. O custo por aluno dos 2 milhões de estudantes das
universidades federais é de inacreditáveis R$ 41.000,00. Os 8 milhões de alunos
matriculados em universidades privadas custam, individualmente, R$ 14.000,00. O
governo bem que poderia cobrar dos alunos ricos e subsidiar os pobres. Tem sido
assim desde sempre. E não há quem tenha coragem de enfrentar este descalabro.
A saída você já sabe: em 2018
não reeleja ninguém. Eles estão lá há décadas e não possuem compromisso algum
com o país. E muito menos com você...
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