Quem sou eu para acrescentar uma linha que seja aos sofisticados
ensaios estatísticos e às complexas análises sócio-econômico-culturais-religiosas
sobre o comportamento e tendências dos eleitores e mercados dos cinco
continentes, obviamente imbricadas desde a prática dos sinais de fumaça como
meio de disseminação de ideias? Não
tenho a competência intelectual para tanto. Nem pretendo.
Mas, posso, como todo mundo aliás, propor algumas perguntas
singelas que poderiam ser feitas por qualquer cidadão cujas preocupações vão
além da ida do Brasil à Copa da Rússia.
1. Você acha correto que bandidos assassinos possam,
livremente, exibir (e usar) uma AK-47 e você, pacato cidadão, seja impedido,
por lei, de portar uma espingarda de chumbinho para proteger sua vida e a de
sua família?
2. Você julga razoável que seu país pudesse ser invadido por
hordas de Venezuelanos que, ilegalmente, cruzassem nossas fronteiras fugindo do
caos que eles próprios causaram, quer por ignorância ou por conveniência, ao
acreditar nas promessas absurdas de um governo inqualificável e desqualificado?
3. Você gostaria que o seu país fosse tomado por extremistas
religiosos que o impedissem de ir à praia de sunga ou biquíni ou de se acabar na
avenida ao som tonitruante de uma bateria de um milhão de cuícas e tamborins?
4. Você apoiaria que políticas econômicas desastradas e
visões equivocadas de mundo destruíssem a indústria de seu país fazendo-a,
debandar em massa para países mais amigáveis ao capital e ao empreendedorismo?
5. Você concorda que os detentores de crenças e valores historicamente
comprovados na destruição e subjugação da maioria pacífica e produtiva da
sociedade pudessem permanecer ad aertenum
no poder, enriquecendo a si próprios através de práticas corruptas
contumazes?
Se você, caro leitor, respondeu “não” a cada uma destas
questões então você pode começar a entender porque um homem com um cabelo esquisito
e a língua solta foi eleito presidente dos Estados Unidos. Se isso será bom ou
ruim para eles (em primeiro lugar) ou para o mundo, secundariamente, só o
futuro dirá.
Melhor focar todos os nossos esforços na reconstrução ética,
econômica e social do país que aprendemos a chamar de nosso desde que certas
caravelas aportaram ao sul do que hoje é o Estado da Bahia.