Em março de 2011, durante a gravação de uma reportagem sobre saúde pública
em um hospital de Belém-PA, a menina Ruth morreu em frente das câmaras. Sofria
de Leishmaniose e não resistiu à pneumonia que contraíra e à consequente falta
de atendimento.
No Rio, ex-cidade Olímpica, há nesse exato momento, 12.500 pacientes à
espera de algum tipo de cirurgia em hospitais federais. Alguns aguardam há sete
anos! Quem nos informa é a Defensoria Pública da União.
Embora a saúde seja considerada a área mais importante para 87% dos
brasileiros, até maio deste ano já haviam morrido 588 pessoas pelo vírus H1N1.
No Brasil, fora do hospital Albert
Einstein de São Paulo,
pessoas morrem na fila de espera sem atendimento, pacientes amontoam-se no chão
devido à falta de leitos, não há sequer roupas limpas nos centros cirúrgicos
por escassez de dinheiro.
Ontem, certa parcela dos descerebrados de sempre da esquerda, da
imprensa, da classe artística e de outras facções de ideológicos psicopatas,
urraram aos ventos sua mais profunda indignação em relação à prisão do ex-ministro
da Fazenda do governo Dilma Vana, Guido
Mantega. Tudo em nome de um
pretenso ato humanitário em prol do acusado que, ao que tudo indica, estava
acompanhando a esposa em um procedimento no hospital Albert
Einstein.
Segundo o site O Antagonista, Marina
Mantega, disse que sua
madrasta havia ido ao hospital simplesmente para fazer uma endoscopia. Já fiz
endoscopia. O procedimento é banal. O único problema é que você é anestesiado e
fica grogue um bom tempo depois de acordar. Precisa de um motorista que o leve
para casa.
O duplo réu, Lula da Silva, vituperou que Sérgio
Moro sabia de todos os
detalhes do prontuário médico da mulher de Mantega e cometeu a “desfaçatez” de
executar a prisão justamente no dia da tal cirurgia. Pura balela.
Celso de Mello, ministro do STF, respondeu a Gabriel
Mascarenhas, jornalista da Folha de São Paulo que “Observadas as restrições constitucionais quanto à inviolabilidade
domiciliar, a prisão pode ser efetivada em qualquer lugar. Isto está claramente
estatuído no Código de Processo Penal”.
Após a reação apocalíptica dos hipócritas de plantão, o juiz Sérgio Moro revogou a tal prisão: “Não havia como prever o infortúnio de estar
a pessoa de Guido Mantega hoje no hospital, isso escapa de qualquer
possibilidade de conhecimento prévio, embora a polícia tenha feito a operação
com o máximo de cuidado”.
Sérgio Moro, como se sabe, antes de ser juiz
é um brilhante estrategista e talvez tenha seus motivos para retroceder (um
pouco) neste caso. Não precisaria. As redes sociais estão repletas de
depoimentos indignados sobre a “soltura” de Mantega quando comparada ao morticínio
em série que ocorre todos os dias no país, gerado pela situação de falência da
saúde pública.
Aliás, o jornal O Estado de São Paulo acaba de lançar um site que
mostra claramente o “custo” da corrupção no Brasil, decifrando-o em comparações
palpáveis do nosso dia a dia. Se você acessar www.derealpararealidade.com saberá que, com os 10 milhões de
Reais bloqueados por Moro das contas de Mantega e seus asseclas, frutos da
corrupção investigada na “Operação X” da Lava-Jato, o país poderia realizar uma
das seguintes benfeitorias para a população:
- Comprar 121 ambulâncias
- Construir 50 casas populares
- Fornecer 4.504.504 merendas escolares
- Construir 224 quadras poliesportivas
- Adquirir 83.333 doses da vacina H1N1
- Equipar delegacias com 195 viaturas policiais
A propósito, o traficante Henrique
Silva Pereira, em maio deste ano, foi preso pela polícia carioca no exato momento do
velório de seu pai no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.
Não houve nenhuma manifestação de petistas, esquerdistas e defensores de pobres
e oprimidos de qualquer cepa.