Adoro filmes de ficção científica. Não
precisa ser um clássico como “2001”
ou “Blade Runner”. Pode ser um filme B
como “Cowboys e Aliens”. Jamais
esquecerei o arrepio que foi assistir, em 1962, na matinê do pré-diluviano Cine Arlequim de Curitiba (extinto há
séculos) a “O Planeta Proibido” (Forbidden Planet – dirigido por Fred M. Wilcox –USA-1956).
Dr. Morbius
(Walter Pidgeon) não consegue explicar o desaparecimento de seus colegas
cientistas. A nave C-57 D é, então,
despachada para o longínquo planeta Altair
IV. Só no último minuto ficamos sabendo que “monstros do id”, criados pelo
próprio Dr. Morbius são os
inusitados criminosos.
Parece que nada será como antes. Hollywood já tem um novíssimo roteirista.
É dele o texto do curta-metragem “Sunspring”,
dirigido por Oscar Sharp que compete
no festival Sci-Fi London 2016.
Trata-se de Benjamin, um sistema de inteligência artificial criado por Ross Goodwin, pesquisador da New York University.
A coisa funcionou
mais ou menos assim: o sistema de IA foi alimentado com dezenas de roteiros de
filmes de ficção entre os quais 2001, Blade Runner, ET, 2012,Quarteto Fantástico e, voilá! os algoritmos aprenderam a elaborar
um screenplay do gênero.
Não se pode exigir perfeição de Benjamin nesta sua primeira empreitada.
Algumas recomendações foram um tanto difíceis de ser materializadas “Ele está de pé nas estrelas e sentado no
chão” mas, nada que impedisse um
diretor experiente de ler nas entrelinhas. O resultado final parece ter
agradado a plateia; inclusive a trilha sonora também composta por Benjamin depois de “aprender” com cerca
de 30 mil músicas do universo pop.
A única mudança drástica efetuada por Sharp foi o nome dos personagens já que
Benjamin não se sentia capaz de
criar algo convincente. Solução: trocar os improváveis títulos propostos
por letras. Assim os personagens de “Sunspring”
passaram às telas como “H”, “H2” e “C”.
Ah! Tem mais...
Benjamin foi
entrevistado no festival de Londres. À pergunta “Qual
o futuro da inteligência artificial na criação de roteiros?” sua resposta
não poderia ter sido mais clara:
“Isto é um pouco repentino. Eu estava pensando no espírito do
homem que me encontrou e nas crianças que foram manipuladas. Eu estava
preocupado com o meu comando. Eu era o cientista do Espírito Santo.”
Sacaram?
Enquanto isso, nenhum roteirista por mais
que tentasse, jamais poderia conceber o roteiro estrelado por Eduardo Cunha ou pelo recém-presidiário
Paulo Bernardo. O primeiro parece ter
sido abduzido ao universo paralelo dos Trusts, do qual nenhum deputado-meliante
retorna. O segundo, protagoniza o filme trash tipo "Z" sobre como fazer aparecer na conta bancária 7 milhões de reais roubados de velhinhos aposentados.
Nem os melhores algoritmos seriam capaz
de tanto...
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