Acabo de chegar de Barra Grande, um vilarejo
cercado por praias pouco habitadas na baía de Camamu, estado da Bahia. A
primeira parada é o aeroporto de Ilhéus. De lá, são 100 km até o porto de
Camamu pela BA-001 onde um barco rápido nos transporta em meia hora até a porta
desse paraíso inexplorado.
Essa introdução é apenas para situá-lo
geograficamente já que nossa intenção é compartilhar com você, caro leitor, uma
experiência real que o fará entender porque crenças ideológicas anacrônicas, a
ausência de valores éticos e a insistência em trilhar por caminhos equivocados
nos conduziu a esse estado de penúria terminal na política, na economia e na
infraestrutura.
Ilhéus, outrora, foi a meca do cacau até sua
lavoura ser destruída pela praga “vassoura de bruxa”. Hoje, com uma nova e resistente variedade desenvolvida pela Embrapa a indústria do cacau dá os primeiros sinais de
recuperação. Mas, o que beneficia a região nesse interregno tem sido mesmo a
indústria do turismo apesar da precariedade da infraestrutura regional, diga-se
de passagem.
Ilhéus está situada a 40 km de Itabuna. Juntando-se
o PIB dos dois municípios chega-se a algo como 6 bilhões de Reais – o quarto do
Estado da Bahia. O aeroporto de Ilhéus atende não só à demanda turística como é
estratégico para a indústria e o comércio regional sendo atendido por todas as
companhias aéreas do país. Seria ótimo se o aeroporto de Ilhéus não fosse pior
do que qualquer rodoviária de interior. Minúsculo, acanhado, claustrofóbico um
pouco maior do que um ponto de ônibus.
Enquanto isso, Dilma Vana e seu (des)governo investiu
2 bilhões de Reais no porto cubano de Mariel a fundo perdido isto é: sem
qualquer ônus para os ditadores da ilha e sua nomenklatura. Se não fosse indefensável sob quaisquer perspectivas
este investimento seria imoral quando se vê nossos portos, aeroportos e
infraestrutura literalmente desabando sob o peso de anos sem qualquer tipo de
renovação.
Ah... Já ia esquecendo. A cidade de Ilhéus está nas
mãos de Jabes Ribeiro do PP (aquele partido que já tem cadeira cativa em quase
todos os escândalos de corrupção conhecidos). Jabes responde a 14 processos na
Justiça Federal por improbidade administrativa. Somados, os processos de Jabes
dariam para construir um aeroporto de bom tamanho. São quase 15 milhões de Reais surrupiados. A
receita é a mesma de sempre. Obras superfaturadas e serviços pagos que nunca
foram realizados. Tudo leva a crer que o know-how do petrolão está disseminado
de norte a sul do país.