Uma nação
não se faz em um jogo de 90 minutos. Uma nação não se constrói com
investimentos nababescos em estádios grandiosos. Uma nação que se preza não se
permite conviver com políticos corruptos como se isso fosse parte do “jogo
democrático”. Um país que almeja ser uma nação respeitada não entrelaça seu
destino ao de um partido político qualquer cujo objetivo único é malversar seus
recursos e desmoralizar suas instituições. Somos, hoje, um país sem rumo. Sem
planos, sem objetivos. Algemados como um trombadinha ao poste da incompetência.
Quando
formos uma nação orgulhosa de seus feitos olharemos para trás e sorriremos dos
tempos em que parávamos de trabalhar dias e dias por causa de um simples jogo
de bola. O futebol não pode ser o único orgulho da nação. Uma Copa do Mundo não
é mais do que um torneio esportivo. Como o é o torneio mundial de vôlei ou de
tiro ao alvo.
Precisamos aprender
a colocar o futebol ,assim como tantas outras coisas passageiras e supérfluas,
no seu devido lugar. Nosso destino não
pode ser uma imensa escola de samba feita pra brilhar em quatro dias sob a luz
dos refletores da inconsequência. Quantas gerações mais teremos que parir até
que fatos comezinhos e universais como respeito aos horários ,às promessas, às
pessoas, ao dinheiro público, à educação, à vida façam parte do nosso
repertório de atitudes cidadãs?
Temos uma
Copa muito mais importante a ganhar no dia 5 de outubro. Se perdermos essa, aí
sim: nosso sonho de nação moderna, justa, competitiva, digna do respeito
mundial estará irremediavelmente adiado.
Obrigado Alemanha
por nos trazer de volta à nossa dura realidade que precisamos encarar de uma
vez por todas e ter a coragem de mudar.