Nenhum país do mundo
pode ser eficaz com 40 ministérios. É impossível ,senão absurdo , o acompanhamento
de tanta gente por parte de um /uma presidente. Nenhum modelo de gestão pode
controlar este monstro impiedoso devorador
dos recursos da nação. Nada se pode esperar desta deformidade organizacional que jamais foi cogitada em qualquer época pelas mentes mais perturbadas.
Os Estados Unidos, a
maior economia do planeta (PIB de 15 trilhões de dólares) possuem 15
ministérios. A China tem 25. A Alemanha 17.
O Brasil dos tempos de Getúlio e JK tinha entre 11 e 15. Lula inaugurou
a era da burocracia tentacular para acomodar o balaio de alianças que fora
obrigado a fazer para se eleger. Teve 38 ministros. Dilma conseguiu ser ainda mais deletéria ao país com
seus quase 40. A maioria com um currículo irrelevante e totalmente desconectado com a pasta que chefia.
Duvido que haja algum
cidadão que cite pelo menos 10 nomes de ministros. Outrora, este cargo detinha
uma aura de importância e prestígio. Ser Ministro de Estado era o coroamento de
uma longa e profícua carreira acadêmica ou a premiação por uma extensa folha de
serviços prestados à nação. Hoje, não passa de uma posição inexpressiva ocupada
por elementos de conduta bizarra que frequentam as folhas policiais e são alvos
costumeiros das operações da Polícia Federal. É a nação fulminada em seu mais
profundo amor-próprio. Mas, nada disso parece importar.
Se você, leitor,
entrar no sítio do Ministério da Pesca encontrará no rol de suas realizações algo
tão estratégico quanto o “16º
Festival da Lula na Semana Santa em Arraial do Cabo -RJ”. Parece brincadeira,
mas não é. Você ficará sabendo não apenas que a "lula é um molusco da classe dos
cefalópodes que respira por meio de brânquias e que possui dez tentáculos, sendo portanto um
decápode" e que este importante evento, patrocinado pelo ministério, terá como
carro chefe “apresentações
musicais e um festival de gastronomia” tendo por base , é
claro, o intrigante molusco.
Vamos ao currículo do
atual ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Benedito Lopes, senador do PRB pelo
Rio de Janeiro. É radialista de
profissão e seu currículo disponível no sítio do ministério nos informa ter
sido ele coordenador evangélico da igreja Universal do Reino de Deus , membro
da UNIPAS (União Internacional de Pastores), bacharel em teologia , diretor do
jornal Folha Universal e bem sucedido apresentador do programa “Fala que Eu te Escuto”
na rede Record de Televisão.
Estas competências,
como você pode perceber, são indispensáveis à gestão da Pesca e da Aquicultura.
Com este currículo Eduardo Lopes não conseguiria
trabalho em nenhuma empresa séria do negócio da pesca. Sim, porque a “pesca”
como, aliás, qualquer um dos campos do conhecimento humano abrangidos pelos
ministérios são negócios de altíssima complexidade e que demandam ações de
planejamento estratégico e gestão especializada. Nada disso importa para o atual
governo muito mais preocupado em lotear a administração pública nacional com apaniguados
da “base aliada” e capatazes ideológicos de diferentes níveis de
periculosidade.
Enquanto isso, a Petrobrás
é destroçada, a inflação foge ao controle, a infraestrutura se deteriora, os PACs são peças de ficção, o
setor elétrico está em crise permanente, nada foi feito para reformar as áreas
vitais do Estado geradoras de competitividade e por aí vai...
Para seu conhecimento,
o Brasil ocupa o 19º lugar dentre os países produtores de pescado com 1,24
milhões de toneladas anuais. Atrás de Bangladesh (15º) Malásia (16º) e Egito
(18º). Na América do Sul estamos muito atrás de Peru (8º /6,9 milhões de toneladas)
e Chile (11º / 4,7 milhões).
A continuar o modelo
atual de gestão nosso destino é as profundezas abissais.
Boa Páscoa!