Na mitologia
grega Moros, o destino, é filho do Caos e de Nix, a noite. Para ser justo,
é cego e atribui nacos de felicidade e
tormento para todos, sem privilégios. E não adianta espernear.
Moros deve ter ficado de saco cheio de ter
que administrar suas decisões em um planeta com cada vez mais gente (ainda não
havia a internet nem o Google). Por isso, em um dia particularmente trabalhoso,
pegou Ananque ( sua mulher) de jeito
e engravidou-a de três meninas – as Moiras
que herdaram do pai a cegueira e a determinação
acrescentando ao Destino uma licença poética ( nesse caso, trágica) de
que cada pessoa poderia piorar sua situação tanto quanto pudesse até um certo
limite, é claro.
Cloto, a líder do
grupo e gestora de apurado senso de planejamento estratégico, tecia o fio da
vida dos mortais com uma visão, digamos, macro do cenário à frente.
Láquesis, com doutorado em sociologia
no Olimpo distribuía com absoluta precisão doses de variadas competências e
dificuldades equivalentes aos viventes para que a jornada terrestre pudesse valer
a pena.
Átropos, a implacável, fazia de quando em
quando uma rigorosa avaliação de desempenho tanto individual quanto coletiva. Se o grau de insanidade ficasse fora dos
limites traçados ela mexia os pauzinhos, melhor dizendo, a tesoura, e cortava
sem dó a trajetória dos inconsequentes. Às vezes, para colocar as coisas nos
eixos, Átropos decidia tirar do jogo
alguém com poucas chances de realizar as mudanças de rota necessárias.
Foi assim
com Eduardo Campos. Moros, estupefato
com o nível de desatinos perpetrados pelo grupo de Dilma Vana decidiu que era hora de dar um basta geral na situação caso
contrário as leis do cosmo ficariam seriamente comprometidas. Chamou as filhas
e repassou com elas , uma a uma, a barafunda de erros de gestão daquela que se
autointitulava “Presidenta”.
Erro 1: Inchar a máquina pública a um
limite insustentável e colocar à frente de ministérios , órgãos e empresas
estatais gente com os mais baixos níveis de competência e decoro existentes. Nem
no Olimpo, Zeus admitira quarenta ministérios...
Erro 2: Detonar o superávit primário do
país (que era de 3,1% do PIB) para menos de 1% em 2014 o que nem com a ajuda de
todos os deuses e semideuses permite que as contas fechem.
Erro 3: Fazer o Banco Central de títere baixando
juros ao seu bel prazer, cortando a livre flutuação da taxa de câmbio , manipulando
preços e distribuindo facilidades a esmo.
Erro 4 : Implodir a rentabilidade das
empresas de energia, desrespeitando contratos e levando todo o mercado a um
nível de insegurança jurídica não existente nem nos domínios do Hades.
Erro 5: Destruir o valor de mercado e a
reputação da Petrobrás, comprando refinarias que valiam 42,5 milhões de dólares
por 360 milhões ( no final das contas arcando com um prejuízo de mais de 1
bilhão de dólares ) e criando a maior dívida corporativa do planeta.
Erro 6: Abandonar o tripé macroeconômico (câmbio flutuante, metas de superávit primário
e metas de inflação) que colocou o país nos eixos com a gestão FHC afundando o
país no abismo da ideologia estatizante e intervencionista. O Brasil já purga uma recessão
técnica com inflação alta.
Erro 7: Ludibriar a população com dados
maquiados da economia fruto de tramoias e invencionices arrastando a Nação à sina do Prometeu
Acorrentado.
Erro 8: Aliar-se à nova casta de seres do atraso os - Déspotas Bolivarianos,
submetendo a diplomacia do país, outrora vivaz e relevante, ao olhar
petrificante da Medusa do esquerdismo.
Erro 9: Acobertar e relativizar todos os
tipos de desvios éticos cometidos por seu partido e aliados, após enganar a
população com o teatro do combate aos “mal-feitos”.
Erro 10: Ignorar a força de Moros, que sabiamente colocou Marina Silva no seu caminho levando a
eleição para o segundo turno e, ele havendo, derrotando-a por uma margem de
pelo menos 5 pontos percentuais...