Paul Romer, economista
e professor da Universidade de Stanford – EUA tem uma frase que expressa à
perfeição o comportamento de quem quer
ter sucesso no mundo extremamente competitivo do século 21: “É preciso correr mais rápido
para permanecer no mesmo lugar”.
Romer quis se referir à economia e à disputa entre as
empresas que anseiam pela luz do sol no mercado global, mas esta frase serve
para qualquer outra atividade humana que se pretenda ser vencedora. O esporte
olímpico brasileiro deveria tatuá-la na testa.
Não é possível que nossos dirigentes, técnicos e atletas
acreditem que basta um bom desempenho em competições passadas para garantir uma
medalha na próxima. Esta lógica rasa e irresponsável tem frustrado as esperanças
da nação verde-amarela que, em vão, acredita em bobagens tais como “na hora H
tudo dá certo”. Não dá.
Não há espaço no mundo dos vencedores para improvisações e
jeitinhos. Assim como um estádio, um aeroporto ou uma rodovia não ficam prontos
por ação de bons fluidos, uma olimpíada não se ganha sem muito, mas muito
investimento em centros de treinamento, técnicos de padrão mundial, treinamento
de vida ou morte e, claro, atletas talentosos e comprometidos. Nada disso
parece fazer parte das prioridades nacionais.
É simplesmente inimaginável para uma Apple ficar relançando eternamente
a versão 1 do iPhone. Se assim fosse seria varrida do mercado em seis meses.
Não dá pra se ter sempre os mesmos atletas carregando o globo olímpico nas
costas. Fica claro que não existe um planejamento estratégico para a atração,
desenvolvimento e retenção de talentos assim como as empresas de ponta o fazem
a décadas . Esporte é business e dos mais competitivos. O
resto é patriotada requentada.
A anfitriã dos jogos atuais, trouxe de Pequim 19 ouros, 13
pratas e 15 bronzes. Até o presente momento já conquistou, em casa, 25 ouros, 15
pratas e 14 bronzes. Pelo critério utilizado das medalhas de ouro, houve uma
evolução de 31 % em relação a quatro anos atrás. Está em terceiro lugar na
classificação geral.
O Brasil amarga a vexatória 28ª posição, atrás do
Quênia, com 2 ouros, 2 pratas e 7 bronzes. Em Pequim conquistamos 3 ouros, 4
pratas e 8 bronzes. Ainda é possível melhorar esta situação. Vamos depender, de
novo, da proteção dos santos e das emanações positivas de 192 milhões de
torcedores. Definitivamente, não é assim que se ganha uma olimpíada.
MURAL DAS DECEPÇÕES
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Atleta
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Modalidade
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Situação
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1. Maurren
Maggi
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Salto em
distância
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Desclassificada-
15ª posição.
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2. Fabiana Meurer
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Salto com
vara
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Desistiu por
causa do “vento forte”. Em Pequim perdera as varas.
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3. Diego
Hypólito
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Ginástica
Olímpica
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Caiu (de
novo) e ficou fora da fase classificatória
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4. Diane dos
Santos et al
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Ginástica
Olímpica
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Desclassificada
das finais.
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5. Marta et al
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Futebol
Feminino
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Eliminado.
Jogou sem garra.
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6. Érika et
al
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Basquete
Feminino
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Eliminado
precocemente.
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7. Cielo
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Natação
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Bronze (tão
somente)
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8. Felipe
França
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Natação
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Tinha o 3º
melhor tempo nos 100 m nado de peito e morreu na praia.
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9. Joanna
Maranhão
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Natação
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Penúltimo
lugar no nado medley
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10. Poliana
Okimoto
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Natação
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Deixou a
prova por hipotermia (porque não treina no litoral gaúcho?)
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