Sabemos todos que a corrupção, em suas
múltiplas facetas, é uma praga universal desde as mais remotas eras. Em alguns
regimes ela prolifera exponencialmente como uma corrente de vírus em uma caixa
postal.
Não há regime político sem riscos.
Mas, por outro lado, o único jeito de não correr risco algum com um regime
democrático é não ter um regime democrático - de longe o melhor possível no
atual estágio de desenvolvimento social da humanidade.
Na próxima quinta-feira, dia 2 de
agosto, o país assistirá ao julgamento do mais perverso malware
que infectou nosso sistema político em toda a história republicana: o mensalão.
Uma arquitetura sinistra formatada por
38 elementos de algum modo conectados ao Partido dos Trabalhadores, e que
visava a provocar falhas irremediáveis na segurança do firewall moral e
institucional da nação.
A melhor tecnologia disponível para
combater este grau de letalidade ainda é o arcabouço institucional que
prevalece nas nações democráticas representado por suas leis, práticas jurídicas,
plena liberdade de imprensa, legitimidade e independência dos poderes e
vigilância irrestrita da sociedade.
Se analisarmos o que se passa nos
países que formam o BRIC veremos que há regimes muito mais infectados que o
nosso.
A China, habitualmente incensada por
sua pujança econômica, está enredada em todos os níveis e cantões por seculares
práticas corruptas que, se não atacadas vigorosamente, poderão inviabilizar seu
criativo modelo político-econômico. Os
novos mandarins do “partido” já se deram conta disso e desde maio de 2011 aprovaram
uma lei que criminaliza a corrupção dos agentes governamentais.
Lá como aqui, este malware grassa nos setores da construção civil, bancário e financeiro promovendo o enriquecimento ilícito e a concentração de poder de eminências pardas de todos os coturnos políticos. Claro que a falta de um sistema judiciário ,digno deste nome, constitui uma cordilheira do Himalaia a bloquear os esforços dos chineses bem-intencionados.
Recentemente, a imprensa oficial publicou um editorial no qual líderes do governo chinês estimulavam a sociedade a se manifestar sobre qual nível de corrupção seria considerado “aceitável” no país. As redes sociais responderam com artilharia pesada ridicularizando o editorial e desacreditando as verdadeiras intenções do governo.
Lá como aqui, este malware grassa nos setores da construção civil, bancário e financeiro promovendo o enriquecimento ilícito e a concentração de poder de eminências pardas de todos os coturnos políticos. Claro que a falta de um sistema judiciário ,digno deste nome, constitui uma cordilheira do Himalaia a bloquear os esforços dos chineses bem-intencionados.
Recentemente, a imprensa oficial publicou um editorial no qual líderes do governo chinês estimulavam a sociedade a se manifestar sobre qual nível de corrupção seria considerado “aceitável” no país. As redes sociais responderam com artilharia pesada ridicularizando o editorial e desacreditando as verdadeiras intenções do governo.
Na Índia, a situação beira o patético.
Um terço do Parlamento deste país, com 545 representantes, responde a algum
tipo de crime, sendo o de corrupção o mais comum. O presidente do Congresso Indiano, Kripashankar
Singh, o José Sarney deles, foi forçado a renunciar após as denúncias de corrupção
de seu filho no maior escândalo denunciado em 2010 no país. Uma ONG indiana, a
Janaagraha, criou um site na internet
www.ipaidbribe.com ( eupagueipropina.com) para motivar a denúncia de
corrupção no país. Desde que a página foi lançada em maio de 2011, 8.544 casos já
foram reportados.
Mas, a campeã absoluta da corrupção
dentre os BRIC é a Rússia de Vladimir Putin. Por lá a desintegração das
instituições chegou a tal nível que eventuais denunciantes dos esquemas tenebrosos
dos novos czares da república são presos ou “sequestrados”. A Associação dos
Magistrados Russos para os Direitos Humanos declarou que 50% do PIB do país é
drenado pela corrupção.
Romanova, famosa jornalista de economia, em represália por suas contundentes matérias viu seu marido Alexei Koslov preso e incomunicável em circunstâncias de extremo perigo. Para liberar o marido, a jornalista teve que pagar propina de 1,5 milhões de dólares a um general do serviço de inteligência. Imagine você, leitor, o que José Dirceu não deve ter aprendido em seu “estágio” soviético.
Romanova, famosa jornalista de economia, em represália por suas contundentes matérias viu seu marido Alexei Koslov preso e incomunicável em circunstâncias de extremo perigo. Para liberar o marido, a jornalista teve que pagar propina de 1,5 milhões de dólares a um general do serviço de inteligência. Imagine você, leitor, o que José Dirceu não deve ter aprendido em seu “estágio” soviético.
A corrupção existe em países de
instituições fortes como os Estados Unidos. Através da Veja desta semana
ficamos sabendo das maracutaias criminosas de 10 políticos daquele país. A diferença é que
lá políticos corruptos vão para a cadeia.
É o que esperamos, todos os que ainda
creem na justiça de nosso país, ocorra por aqui quando do encerramento da Ação
Penal 470 , que ficará na história como “o mensalão”, a mais torpe tentativa de
manter-se no poder a qualquer preço que um grupo político ensejou desde Pedro
Álvares Cabral.
Que nossa sociedade possa se orgulhar
de suas instituições ao final deste embate. É o melhor tributo que se pode legar
às gerações futuras.
De brinde pra você:
Veja qual é a classificação dos BRIC
no ranking da corrupção mundial segundo o relatório da Transparência
Internacional publicado neste ano de um total de 182 países pesquisados:
País
|
Posição no
Ranking
|
Brasil
|
73
|
China
|
75
|
Índia
|
95
|
Rússia
|
143
|